Em tempos ótimos para vendas, atenção para o momento das compras.
Por: Jesildo Lima*
O Agronegócio brasileiro importante componente gerador de riquezas e contribuinte para a nossa balança comercial, tem vividos dias de preços bons pagos aos agricultores especialmente nas culturas anuais de verão. A safra de verão que se encerra apresentou no sul bons indicadores de produção, norte, centro oeste e demais regiões produtoras do Brasil não apresentaram significativas perdas (Paraná enfrenta problemas climáticos no fechamento na segunda safra de milho). Neste cenário positivo tivemos a formação das lavouras com preços anteriores às mudanças de taxas cambiais e possíveis descompassos da indústria de insumos, máquinas e equipamentos.
Em tempos de pandemia, o jargão “Agro não para”, realmente não parou. Pela motivação dos preços de vendas, pela necessidade de alimentos e pela fonte de renda dos agricultores levaram e levam a continuidade das atividades no campo.
Diante deste cenário é necessário pensar sobre o que virá. Como se comportará os preços futuros pagos aos produtos agrícolas? É bem provável que não teremos grande quedas, visto que contratos futuros já ofertados apontam para preços próximos aos praticados na safra. Estimativas de agencias internacionais projetam a soja negociada em maio de 2022 com preços de R$149,00/saca. Mas e os custos de melhoria da tecnologia? Custos dos insumos? Aquisição de máquinas e equipamentos? Combustível? Mão de obra? A resposta é de ATENÇÃO. Percentualmente sobre a receita gerada vem em patamares de queda, mas nos valores absolutos apresentam crescimento. Alguns apontamentos são necessários:
1º – PREÇO QUEM DEFINE É O MERCADO
O alerta é necessário, pois a receita por área aumentou, consequentemente aumentam as possibilidade de maiores preços nos insumos pois as margens o permitem. Todo produto tem a calibragem do seu preço de venda pela procura e capacidade de adquirir. O cliente leva em consideração a relação custo x benefício. Se aquela quantidade de dinheiro compensa pelos resultados que o produto proporciona, então tendo a possibilidade de adquirir eu o farei. Esta relação eleva ao sentimento de VALOR percebido pelo cliente
2º – AUMENTO DOS CUSTOS DE MATÉRIA PRIMA PELO DESCOMPASSO DA INDÚSTRIA
O Agro não parou, a indústria reduziu produção devido a procedimentos durante a pandemia e preservação da mão de obra. Por consequência este descompasso com falta de componentes como aço, rochas, e mão de obra, na relação oferta demanda, é natural o aumento dos preços de vendas, pois a demanda continuou.
3º – DIFERENÇAS CAMBIAIS
Boa parte da matéria prima utilizada como insumos na agricultura brasileira é importada e por hora a desvalorização do real frente ao dólar gera aumento do preço final. Sendo assim na conversão para a nossa moeda resultam em significativos acréscimos.
Portando o alerta é de que o custo de implantação da nova safra que se aproxima, serão MAIORES. Dados nacionais preliminares apontavam 7,54% de aumento comparado com ano anterior. Em pesquisa realizada pela equipe técnica da INPLAN Assessoria através da coleta de dados junto a fornecedores de insumos, realizado no mês de maio de 2021, apontaram acréscimos reais de 19,89% comparados com ano agrícola que finda. Estes percentuais poderão ser até maiores, diante de perspectivas de falta de insumos e na corrida pela aquisição poderá ser bem maior. Consultorias especializadas já apontam a possibilidade de falta de insumos nos próximos meses e mesmo aqueles que já compraram poderão correr o risco de não receber em tempo para plantio das culturas.
A seguir perspectivas de custos das lavouras:
A seguir os custos da pecuária:
Importante destacar que são valores médios sem considerar diferentes níveis de tecnologia. Ainda estes custos estão lastreados em preços de mercado praticados em maio de 2021, onde apresentando mudanças logicamente serão alterados.
COMPRAS: Viabilizar a compra dos insumos o mais breve possível diante de possíveis acréscimos nos preços seja por possibilidade aumento dos custos cambiais e ou falta de matéria prima com risco de não entrega pela indústria.
VENDA DA PRODUÇÃO: Evitar concentração de venda da produção em um único período. Neste momento sugere aderir a contratos futuros que garantem preços próximos dos praticados nesta safra (safra verão). Se possível atuar com 1/3 em contratos futuros, 1/3 da produção na safra e podendo deixar outro 1/3 para especulação após safra. O velho ditado da não concentração do risco segue valendo, “cuidado com os ovos postos todos na mesma cesta”.
Portanto, planeje, busque informações, converse com técnicos que podem ajudar, pois é necessário minimizar as custos desnecessários além dos riscos climáticos inerentes as atividade agrícolas. Ainda, compra de empresas idôneas, guarde os comprovantes e garanta a próxima safra. Venha conversar conosco, evite riscos, segure sua lavoura, busque crédito responsavelmente e realize ótimas produções.
SOBRE NÓS: A Inplan Assessoria Ltda é uma empresa que nasceu da necessidade de prestar serviços de qualidade com profissionais capazes de entender e atender as necessidades de clientes ligados projetos para custeio e investimentos na agricultura, construção civil, topografia e serviços ambientais.
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*Jesildo Lima é Doutor em Desenvolvimento Regional e Administrador. Diretor técnico da INPLAN Assessoria e Professor Universitário nos temas de Gestão, Comércio Internacional, Vendas e Comercialização Agrícola.